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KAREN LÓPEZ CHISPAS
( BOLÍVIA )
Advogada com especialização em Dereito Constitucional; Formada em Comunicação Social. Litígio estratégico em defesa de direitos de populações vulneráveis.
TEXTO EN ESPAÑOL - TEXTO EM PORTUGUÊS
OJOS DE PERRO AZUL — Revista para jovens leitores. Diretor: Cristian López Tallavera. Portada (capa): Xavier Xinga. Quito, Ecuador: Noviembre 2009. 60 p. Ex. biblioteca de Antonio Miranda
VERSOS
Puedo escribir los versos más tristes esta noche… puedo…
pero no me da la más reverenda gana,
mi lápiz moribundo ni siquiera puede dibujar trazo alguno,
y éstas letras son el desquiciado balbuceo de la vida entrecortada
de un delirio inconstante que tras sonreír diabólicamente
se apodera del epiléptico carbón de este pedazo de madera
procesado.
Esta pálida hoja mutilada
no hace más que recopilar
y absorber la sangre derramada
tras el llanto silencioso de mi alma.
Versos, malditos versos, tristes,
sangrientes y frenéticamente dolorosos,
versos que se contienen pero se desbordan,
que se gritan peo se callan,
que se ocultan pero todo el mundo sabe.
Versos, inútil prosa expandida, derramada,
en una inocente y pulcra hoja que no tiene la culpa de
contenerlos.
Malditos versos, miserables versos
que no son sino el tenue paso de un lápiz fallecido
cubierto de fútil basura y vómito podrido,
de este amargado corazón que soporta su olorosa podredumbre
pues tiene la osadía de caminar después de muerto.
Aún inerte, desparramada en esta cama destendida,
muerta, mutilada, aún en este estado, aún así los malditos
versos, surgen de la sangre que corre por mi habitación, aún
muerta, ¡aún muerta! estos malditos versos habían de este
corazón que muerto sigue latiendo por ti.
TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA
VERSOS
Posso escrever os versos mais tristes esta noite… posso…
mas não dá a mais reverenda vontade,
meu lápis moribundo nem sequer consegue desenhar traço algum,
e estas letras são o derrapado balbuceio da vida entrecortada
de um delírio inconstante que faz sorrir diabolicamente
se apodera do epiléptico carvão deste pedaço de madeira
trabalhado.
Esta pálida folha mutilada
não faz mais que recopilar
e absorver o sangre derramado
detrás o pranto silencioso de minha alma.
Versos, malditos versos, tristes,
sangrentos e freneticamente dolorosos,
versos que se contêm mas se transbordam,
que gritam mas se calam
que se ocultam mas todo o mundo conhece.
Versos, inútil prosa expandida, derramada,
numa inocente pulcra folha que não tem a culpa de
contê-los.
Malditos versos, miseráveis versos
que não são senão a tênue passagem de um lápis falecido
coberto de fútil sujeira e vômito podre,
deste amargurado coração que suporta sua olorosa podridão
porque tem a ousadia de caminhar depois de morto.
Ainda inerte, esparramado esta cama estendida,
morta, mutilada, ainda neste estado, ainda assim os malditos
versos, surgem do sangue que corre por minha habitação, ainda
morta, ainda morta! estes malditos versos habitam este
coração que, morto, segue pulsando por ti.
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Página publicada em março de 2024.
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